TEA leve existe? Entenda por que esse termo gera confusão

A discussão sobre níveis do Transtorno do Espectro Autista ganha cada vez mais visibilidade, e Alexandre Costa Pedrosa destaca que o uso do termo “TEA leve” ainda causa dúvidas e interpretações equivocadas. Neste artigo, será apresentado um panorama claro sobre por que essa expressão gera confusão, o que realmente significa a classificação dos níveis de suporte, como a avaliação é feita e por que a compreensão adequada do diagnóstico é fundamental para garantir acolhimento, respeito e intervenção.

O que significa realmente falar em “TEA leve”?

A expressão “TEA leve” é frequentemente utilizada para descrever pessoas que apresentam menos desafios aparentes na comunicação, interação social ou comportamentos repetitivos. No entanto, esse uso simplificado pode gerar interpretações inadequadas, pois o espectro autista é extremamente amplo e cada pessoa apresenta combinações únicas de habilidades e necessidades. O grau de impacto do autismo varia conforme ambiente, suporte oferecido e contexto. 

Conforme Alexandre Costa Pedrosa, a confusão surge porque muitas pessoas acreditam que “leve” significa ausência de dificuldades relevantes, o que não é verdade. Mesmo com maior autonomia, indivíduos diagnosticados dentro desse perfil podem enfrentar desafios significativos em situações sociais, acadêmicas ou profissionais. A expressão também pode minimizar necessidades importantes, levando a uma percepção incorreta de que intervenções ou adaptações não são necessárias. 

Como o diagnóstico do TEA é realmente classificado?

O diagnóstico não utiliza os termos leve, moderado ou severo como categorias fechadas. Em vez disso, a classificação é feita com base nos níveis de suporte necessários nas áreas de comunicação social e comportamentos restritivos e repetitivos. Os níveis variam de 1 a 3, sendo o nível 1 aquele em que a pessoa necessita de suporte, mas consegue certa autonomia, enquanto níveis mais altos refletem maior necessidade de ajuda contínua. Esse modelo é mais preciso porque descreve necessidades reais e não somente percepções superficiais. 

Entenda, com Alexandre Costa Pedrosa, os motivos que tornam a expressão “TEA leve” inadequada e frequentemente mal interpretada.
Entenda, com Alexandre Costa Pedrosa, os motivos que tornam a expressão “TEA leve” inadequada e frequentemente mal interpretada.

Alexandre Costa Pedrosa reforça que essa abordagem técnica evita generalizações e promove cuidado adequado. A expressão permanece popular porque é simples, rápida e aparenta transmitir uma ideia imediata sobre o diagnóstico. Muitas famílias e profissionais ainda estão se adaptando à terminologia atual. Em contextos sociais, a expressão é usada para evitar estigmas, mas isso pode trazer efeitos adversos ao reduzir a complexidade do espectro. 

Como a compreensão correta do diagnóstico auxilia no desenvolvimento?

Quando o diagnóstico é compreendido adequadamente, torna-se possível planejar intervenções alinhadas às necessidades do indivíduo. Isso inclui ajustes escolares, acompanhamento terapêutico, apoio profissional e estratégias para melhorar autonomia e bem-estar. A clareza no entendimento também facilita a comunicação entre família, profissionais e instituições, permitindo que todos trabalhem integradamente. 

Conforme destaca Alexandre Costa Pedrosa, os rótulos simplificados reforçam estereótipos, dificultam o acesso a serviços e podem gerar frustração tanto para a pessoa autista quanto para seus familiares. Além disso, podem criar a falsa impressão de que não existe necessidade de suporte, atrasando intervenções importantes. Outro risco é desconsiderar que demandas podem mudar ao longo do tempo, especialmente diante de diferentes fases da vida ou ambientes mais exigentes. 

Como promover um entendimento mais responsável sobre o TEA?

Promover informação correta, ouvir especialistas e compreender cada indivíduo dentro de sua singularidade são passos essenciais. Também é importante substituir rótulos inadequados por descrições que reflitam necessidades reais. A educação continuada de escolas, empresas e famílias contribui para uma sociedade mais inclusiva e acolhedora. Alexandre Costa Pedrosa ressalta que falar sobre autismo com precisão é uma forma de respeito e de promoção de direitos.

Em suma, o termo pode existir no senso comum, mas não representa corretamente o diagnóstico clínico. O que existe são níveis diferentes de suporte necessários para garantir qualidade de vida e desenvolvimento adequado. Assim, compreender o espectro com profundidade evita equívocos, fortalece a inclusão e melhora o acesso a intervenções. A forma como se fala sobre autismo influencia diretamente como a sociedade acolhe e apoia cada indivíduo.

Autor: Günther Ner

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